segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quando o som é em sí próprio é a mensagem.

Shakespeare pode nos ajudar a esclarecer do poder do som, e da voz como transmissores únicos de mensagem: Segue abaixo, trecho da entrevista de Barbara Heliodora, onde faz críticas às novas montagens de Shakespeare no Brasil:
 http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u569242.shtml
A critica e tradutora Barbara Heliodora, autoridade máxima em Shakespeare no Brasil

Shakespeare é simples
O texto shakespeariano, aponta ela, é "riquíssimo em imagens tiradas do cotidiano e elaboradas com linguagem relativamente simples --ainda que por vezes ele invente palavras". Nesses casos, "a ação facilita a compreensão", defende Barbara, ciosa da transposição das peças para a cena da forma como foram concebidas: predominantemente em verso.
Não foi o que fez a bem-sucedida montagem de "Hamlet" com Wagner Moura no papel-título e Aderbal Freire-Filho na direção, atualmente em cartaz no Rio, depois de temporada paulistana. "Nessa peça, o verso é o pensamento harmônico e a prosa, a pretensa loucura. Se você põe tudo em prosa e o personagem está sempre louco, felicidades, mas não me diga que aquilo é "Hamlet"!"
Entra em cena a crítica implacável do jornal "O Globo". "Elogiar o que está ruim prejudica quem faz. A pessoa não vai se corrigir. Não falo de pessoas, avalio trabalhos. Acho que o público precisa ser informado, não só para não ser apanhado de surpresa por coisas horríveis, como também para compreender melhor o teatro de forma geral. Essa é a minha forma de ajudar a formar uma plateia criteriosa, que peça bons repertórios."
Para lembrar o nome de uma promessa da dramaturgia brasileira atual, Rodrigo Nogueira (de "Play", em cartaz no Rio), ela busca o caderno largo, desses de rabiscos de aulas de artes plásticas, em que cola suas críticas. Sabe que fazer e pensar o teatro, como em toda arte, é esboçar sempre.