domingo, 8 de abril de 2012

Filósofos do PAC - Projeto de lei prevê que pensadores acompanhem obras do país

(ver http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-66/esquina/filosofos-do-pac)

por PLÍNIO FRAGA

O que têm em comum João Havelange, Carlos Alberto Torres, Bernardo Cabral, Michel Temer e Ellen Gracie? O ex-presidente da Fifa, o capitão da seleção tricampeã em 1970, o ex-ministro da Justiça de Collor, o atual vice-presidente da República e a ex-presidente do STF foram, todos, agraciados com o título de doutor honoris causa pela Academia Brasileira de Filosofia. Também foram homenageados pela mesma instituição os ministros Edison Lobão, José Eduardo Cardozo e Alexandre Padilha, e o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. Mas estes receberam uma distinção menor – o título de “membros honoris causa” tout court, sem o grau de doutor. Pelos critérios insondáveis da Academia, Temer filosofa melhor que Lobão, e o boleiro Carlos Alberto ocupa um lugar mais elevado entre os herdeiros de Sócrates (o filósofo) do que o ministro da Saúde.

Mas não é só. Por obra da Academia, tramita no Congresso um projeto de lei – número 2533/11 – proposto pelo deputado federal Giovani Cherini, do PDT gaúcho, que pretende regulamentar a profissão de filósofo no Brasil. Se for aprovado, grandes obras, como a transposição das águas do São Francisco, o trem-bala Rio–São Paulo ou a modernização do Maracanã, podem mobilizar não apenas arquitetos, engenheiros, advogados e outros especialistas, mas também... filósofos.