quinta-feira, 28 de junho de 2012

Coreografia de Michael Jackson por detentos das Filipinas.


Em entrevista por telefone ao G1, Garcia (diretor do presídio) afirmou que as coreografias são parte de uma nova política que adotou para tentar recuperar o sistema carcerário da província. "Como em muitos outros países do mundo, nossa prisão estava superlotada, tomada pela corrupção, pelas drogas e pelo jogo."

Em dezembro de 2004, após uma violenta rebelião na antiga penitenciária, que nas palavras de Garcia "lembrava os cenários de 'Mad Max'", cerca de 1.400 presos foram transferidos para uma nova e recém-construída unidade, o tal CPDRC. Foi lá que, pela primeira vez, ganharam os agora "famosos" uniformes laranjas que aparecem usando nos vídeos do YouTube. 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Pingu!

Desenho animada da TV Cultura, famoso nos anos noventa. Pingu não faz uso de nenhuma lingua humana conhecida; ou talvez faça uso de toda a linguagem humana conhecida.

http://www.youtube.com/watch?v=ORHQmLrXdmY

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quando o som é em sí próprio é a mensagem.

Shakespeare pode nos ajudar a esclarecer do poder do som, e da voz como transmissores únicos de mensagem: Segue abaixo, trecho da entrevista de Barbara Heliodora, onde faz críticas às novas montagens de Shakespeare no Brasil:
 http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u569242.shtml
A critica e tradutora Barbara Heliodora, autoridade máxima em Shakespeare no Brasil

Shakespeare é simples
O texto shakespeariano, aponta ela, é "riquíssimo em imagens tiradas do cotidiano e elaboradas com linguagem relativamente simples --ainda que por vezes ele invente palavras". Nesses casos, "a ação facilita a compreensão", defende Barbara, ciosa da transposição das peças para a cena da forma como foram concebidas: predominantemente em verso.
Não foi o que fez a bem-sucedida montagem de "Hamlet" com Wagner Moura no papel-título e Aderbal Freire-Filho na direção, atualmente em cartaz no Rio, depois de temporada paulistana. "Nessa peça, o verso é o pensamento harmônico e a prosa, a pretensa loucura. Se você põe tudo em prosa e o personagem está sempre louco, felicidades, mas não me diga que aquilo é "Hamlet"!"
Entra em cena a crítica implacável do jornal "O Globo". "Elogiar o que está ruim prejudica quem faz. A pessoa não vai se corrigir. Não falo de pessoas, avalio trabalhos. Acho que o público precisa ser informado, não só para não ser apanhado de surpresa por coisas horríveis, como também para compreender melhor o teatro de forma geral. Essa é a minha forma de ajudar a formar uma plateia criteriosa, que peça bons repertórios."
Para lembrar o nome de uma promessa da dramaturgia brasileira atual, Rodrigo Nogueira (de "Play", em cartaz no Rio), ela busca o caderno largo, desses de rabiscos de aulas de artes plásticas, em que cola suas críticas. Sabe que fazer e pensar o teatro, como em toda arte, é esboçar sempre.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Enigma de Kaspar Hauser

O Filme O Enigma de Kaspar Hauser, de 1974, conta a história de uma criança encontrada na  na praça Unschlittplatz em NurembergAlemanha do século XIX. A criança passou os primeiros anos de sua vida aprsionado numa cela, não tendo contato verbal com nenhuma pessoa.
Fruto de inúmeros estudos, o caso de Kaspar Hauser é também propricio às reflexões sobre a afetividade, corpos e sociedade.
Qual a função dos sentimentos na construção do indivíduo? Qual relação da afetividade e a condição humana?

O filme está disponível no YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=2m0GVRpl5dA

Entrevista com David Le Breton


Construção de emoções
Sociólogo David Le Breton monta um estudo antropológico indicando que as emoções subjetivas são o resultado das condições sociais e culturais em que o indivíduo está inserido
Por Anderson Fernandes de Oliveira Fotos Leandro Fonseca
Roubado de: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/23/artigo133356-1.asp




Viajante e estudioso de culturas, o sociólogo francês David Le Breton é um apreciador assumido das terras brasileiras. Já esteve no Brasil diversas vezes e ama, em especial, a cidade do Rio de Janeiro, que diz ser possuidora de uma beleza singular. Sobre São Paulo, ele é incisivo em mostrar seu desgosto. A selva de pedra lembra-o muito algumas cidades nos Estados Unidos, como Nova York, por exemplo. Ele prefere a natureza às paisagens urbanas. Por essa razão adora viajar. Segundo ele, ficar na França é muito enfadonho, devido ao clima muito frio e soturno.
Breton é doutor em Antropologia e professor na Universidade de Estrasburgo II. Tornou-se referência no estudo da corporeidade. Dentre suas obras publicadas no Brasil está a Sociologia do corpo (Ed. Vozes), em que o francês argumenta que o fenômeno de existência corporal está "incorporado" no nosso contexto social e cultural, ou seja, a linguagem corporal está inserida no canal pelo qual as relações sociais são elaboradas e vivenciadas. Para o professor, a Antropologia social e a Sociologia possuem inúmeras possibilidades de pesquisas, dentre elas, as investigativas. No âmbito individual e coletivo, elas podem ajudar nos estudos sobre as representações que construímos acerca do corpo e até mesmo na compreensão de certas culturas.
Neste e em muitos de seus trabalhos (ainda sem tradução para o português) Breton se preocupa com as investigações sociais e culturais do corpo como, por exemplo, os simbolismos, as expressões e percepções construídas na dinâmica social.
Suas análises envoltas da Sociologia da corporeidade ganham uma extensão com novos ares na obra As paixões ordinárias - Antropologia das emoções (Ed. Vozes). Em uma visita rápida por São Paulo, David Le Breton cedeu gentilmente uma entrevista à revista Sociologia Ciência & Vida, para falar um pouco sobre seu último livro, suas aventuras ao redor do mundo, Antropologia, cultura e a situação atual da sociedade contemporânea.
Para a construção do livro, você teve como base a Antropologia e a Sociologia. Você estudou algumas outras áreas da ciência e qual a importância dela no estudo antropológico?
Le Breton -
A Antropologia é a disciplina dos indisciplinados [risos], daqueles que se recusam a limitar a sua curiosidade. O antropólogo é aquele que sai, que quer conhecer tudo de maneira mais ampla e dando a ele mesmo todos os meios para chegar a isso. Quando trabalho sobre qualquer assunto, seja ele emocional ou não, busco não só Antropologia e Sociologia, mas também a Psicanálise e a Etnologia. Acho que estou em uma herança da Antropologia cultural americana. Sua outra definição é que "nada que me é humano me é estranho". É necessário tudo para se construir o mundo.
" A Antropologia é a disciplina dos indisciplinados, daqueles que se recusam a limitar a sua curiosidade "
Você disse que está mais baseado na Antropologia americana. Existe outra Antropologia? Qual é a diferença?
Le Breton -
Não sou estruturalista. A Antropologia que sigo é a social e cultural. Não está na herança de Claude Lévi-Strauss [antropólogo, professor e filósofo francês, considerado o fundador da Antropologia Estruturalista], mas, sobretudo, de George Balandier [etnólogo e sociólogo francês] e de Margareth Mead [antropóloga cultural norte-americana]. Eu me sinto muito mais próximo da Antropologia britânica, americana e anglo-saxônica. Existe também uma tradição na França que perdeu um pouco de importância que é do Marcel Mauss [sociólogo e antropólogo francês, sobrinho de Émile Durkheim, e considerado como o "pai" da etnologia francesa]. Eu me reconheço nesta tradição. Uma Antropologia do mundo contemporâneo que faz que a Sociologia também se imponha no momento da análise [Mauss apontava que as sociedades se formam basicamente pela troca, doação e reciprocidade de culturas].
Por que optou pelo nome As paixões ordinárias, em seu último livro?
Le Breton -
O termo paixão é forte. Entendo-o de acordo com Descartes, que escreveu o Tratado das paixões, em que mostra que paixões ordinárias são aquelas com as quais vivemos todos os dias. Que são socialmente construídas e que também levam em conta a nossa individualidade dentro da cultura, da nossa história e nossa educação dentro da família.
" Falar de emoções positivas e negativas já é fazer um julgamento de valor. Jogar com essas emoções faz vender jornal "

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O que nos torna humano é nossa capacidade narrativa?

Para além da linguagem, do simbólico, e da técnica, segundo Jonathan Gottschal em seu livro The Storytelling Animal: How Stories Make Us human, é justamente a capacidade e vontade de tecer e contar histórias que caracteriza o humano.



The Storytelling Animal: A Conversation with Jonathan Gottschall

Stories are all around us. But what is it about the story that holds such a powerful grip on the human imagination? That’s the question thatJonathan Gottschall tackles in his new book, The Storytelling Animal. Stories can change our behavior. They can influence our perceptions. They may even have the potential to, quite literally, change the flow of history—or at least some parts of it.
In the following conversation, Gottschall explores the nature of human affinity for narrative and reflects on the future of story in the age of the Internet, video games, films, and ever-evolving media that may threaten to undermine—or at least, to change in unpredictable ways—the traditional bounds of our storytelling past.
MK: What was your inspiration for the book? Why did you choose psychology (as opposed to say, philosophy) as your main approach path?
JG: My work seeks to bridge the gap between the two cultures of the humanities and sciences. How can we use science to better understand fiction?  And what can scientists learn from fiction and the other arts?
But the idea for this specific book came to me not from research but from a song. I was driving down the highway and happened to hear the country music artist Chuck Wicks singing “Stealing Cinderella”—a song about a little girl growing up to leave her father behind. Before I knew it, I was blind from tears, and I had to veer off on the road to get control of myself and to mourn the time—still more than a decade off—when my own little girls would fly the nest.  I sat there on the side of the road feeling sheepish and wondering, “What just happened?”
Who hasn’t had a similar experience?  When we submit to fiction–whether in novels, songs, or films—we allow ourselves to be invaded by storytellers who seize control of us cognitively and emotionally. I wrote the book to try to understand how stories—the fake struggles of fake people—could have such power over us.
MK: Why hasn’t this book been written before? In other words, why is it so easy for us to be taken in by story—and yet much more difficult to ask the question that you posed, why exactly it is that we are taken in?
JG: Well, I do draw on a lot of excellent research by people working in a similar vein.  But I agree with the spirit of your question: If story is such a big deal in human life, why doesn’t it get more attention?  I think it’s because, in general, we just aren’t fully aware of it.  In the same way that plankton isn’t aware that it’s tumbling through salt water, we humans aren’t aware that we are constantly moving through story—from novels, to films, to religious myths, to dreams and fantasies, to jokes, pro wrestling, and children’s make believe.

From a young age, we are fascinated by stories. Image Credit: Kodomut, Creative Commons.
Then there’s the problem of academic boundaries.  In universities, we chop story to pieces and spread it across departments.  Psychologists get dreams.  Musicologists get song.  Literary scholars get novels. Anthropologists and folklorists get traditional tales. And so on.  This keeps us from seeing stories–from opera librettos to nightmares–as aspects of a unified mental process involving the construction of imaginative scenarios.  And it keeps us from seeing how story infiltrates every aspect of how we live and think.

terça-feira, 12 de junho de 2012

SOU COTISTA, MAS MEU IRMÃO NÃO VAI SER - Do blog http://www.casafdepoa.org/


Sou cotista na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e gostaria de falar rapidamente sobre a minha história. Na verdade, sobre a história da minha família depois que eu ingressei no ensino superior. Estudei a vida toda na Escola Estadual Barão de Lucena, em Viamão, onde me formei no final de 2007. Meus pais não podiam pagar um curso pré-vestibular para eu me preparar para o próximo ano. Por isso, conversei com amigos, com primos, com ex-professores, tomei alguns livros emprestados e decidi estudar em casa. Graças às cotas, eu passei. Passei no vestibular para Jornalismo em 2009, na minha segunda tentativa.

Depois que entrei na faculdade, minha cabeça abriu, meu português melhorou e as pessoas ao meu redor são outras. Muitas pessoas que se dizem contra as cotas discutem se eu vou ser um bom profissional, se eu fui jogado para dentro da Universidade para resolver um problema sem solução hoje. Se eu sou a estopa que está tentando tapar um buraco negro. Muitos dizem que eu ter saído da Vila São Tomé, em Viamão, e agora ter acesso a bibliotecas, ter conhecido pessoas que mudaram minha vida, ser voluntário na Central Única das Favelas, estar vivendo em uma realidade jamais pensada pela maioria dos meus vizinhos… vou além: eu ter conhecido a Casa de Cultura Mario Quintana, poder ir ao cinema toda a semana, vivenciar experiências vistas como coisa de burguês onde moro e até conseguir juntar dinheiro para visitar meus amigos na Europa. Tudo isso por causa das cotas, de eu estar dentro da faculdade. Muitos dizem que isso não resolve o problema da nossa sociedade, da educação brasileira, de anos de descaso. Pois bem.
Muitos dos meus amigos não sabem, mas, até eu prestar vestibular, não tinha computador. Por estar no SPC, minha mãe pediu para nossa vizinha retirar no crediário um micro Compaq. Parcelado em doze vezes. Hoje, três anos e meio depois, escrevo todos os dias e trabalho com redes sociais – realidade que nem passava pela minha cabeça naquele momento.

Se eu seguisse o rumo dos meus amigos de infância – parceiros do esconde-esconde, do futebol no asfalto – seria cobrador, motoboy, profissões comuns onde moro. Muito dignas, diga-se. Minha mãe sentiria orgulho de mim da mesma forma. Mas, hoje, sinto um brilho diferente. Minha mãe não pensaria duas vezes em se endividar para bancar um cursinho pré-vestibular para o meu primo. Não pensaria duas vezes em abrir mão de um dinheiro juntado com esforço, há muito tempo, para investir em um novo computador para a minha irmã. Não pensaria duas vezes em apostar em mim se eu dissesse que eu cresceria. Ela acredita agora que podemos crescer. Eu pude. Meu primo pode. Minha irmã pode. Por que não?





Meu primo de sete anos está na segunda série do ensino fundamental na mesma Escola Estadual Barão de Lucena. Hoje, olho para ele – ou ele me olha – e sinto, vejo, noto com toda a sinceridade que ele não precisará de cotas para ingressar no ensino superior. Meu primo vê uma nova realidade em sua volta. O “primo grande” dele está na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O primo dele faz Jornalismo. O primo dele vai ter diploma. Tudo isso, por causa das cotas.
Não é só a minha realidade, portanto. O meu ingresso na faculdade mudou a realidade de no mínimo três pessoas em volta. A medida paliativa, que não é a definitiva, com certeza, através de mim, vai resolver a vida do meu primo, da minha irmã.
Quatro anos após o começo da discussão no Supremo Tribunal Federal, as cotas foram mantidas – com o aumento para 50% de vagas, ainda. Os magistrados não olharam somente para mim. Olharam principalmente para o meu primo e para a minha irmã, lá na frente.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Nosso estranho universo?

Certa vez, Manoel de Barros disse que:

As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul - 
Que nem uma criança que você olha de ave.


                                                                                     In: O livro das Ignorãças





http://www.ted.com/talks/lang/pt/richard_dawkins_on_our_queer_universe.html

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aulão em tempos de greve: Por uma vida não fascista

O Professor Wanderson Flor estará no Centro Acadêmico de Sociologia (CASo) com a aula provocativa inspirada no texto "Introdução a uma vida não fascista", de Michel Foucault. Aberta a comunidade acadêmica, em tempos de luta!

https://www.facebook.com/events/465866376761709/