terça-feira, 12 de junho de 2012
SOU COTISTA, MAS MEU IRMÃO NÃO VAI SER - Do blog http://www.casafdepoa.org/
Sou cotista na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e gostaria de falar rapidamente sobre a minha história. Na verdade, sobre a história da minha família depois que eu ingressei no ensino superior. Estudei a vida toda na Escola Estadual Barão de Lucena, em Viamão, onde me formei no final de 2007. Meus pais não podiam pagar um curso pré-vestibular para eu me preparar para o próximo ano. Por isso, conversei com amigos, com primos, com ex-professores, tomei alguns livros emprestados e decidi estudar em casa. Graças às cotas, eu passei. Passei no vestibular para Jornalismo em 2009, na minha segunda tentativa.
Depois que entrei na faculdade, minha cabeça abriu, meu português melhorou e as pessoas ao meu redor são outras. Muitas pessoas que se dizem contra as cotas discutem se eu vou ser um bom profissional, se eu fui jogado para dentro da Universidade para resolver um problema sem solução hoje. Se eu sou a estopa que está tentando tapar um buraco negro. Muitos dizem que eu ter saído da Vila São Tomé, em Viamão, e agora ter acesso a bibliotecas, ter conhecido pessoas que mudaram minha vida, ser voluntário na Central Única das Favelas, estar vivendo em uma realidade jamais pensada pela maioria dos meus vizinhos… vou além: eu ter conhecido a Casa de Cultura Mario Quintana, poder ir ao cinema toda a semana, vivenciar experiências vistas como coisa de burguês onde moro e até conseguir juntar dinheiro para visitar meus amigos na Europa. Tudo isso por causa das cotas, de eu estar dentro da faculdade. Muitos dizem que isso não resolve o problema da nossa sociedade, da educação brasileira, de anos de descaso. Pois bem.
Muitos dos meus amigos não sabem, mas, até eu prestar vestibular, não tinha computador. Por estar no SPC, minha mãe pediu para nossa vizinha retirar no crediário um micro Compaq. Parcelado em doze vezes. Hoje, três anos e meio depois, escrevo todos os dias e trabalho com redes sociais – realidade que nem passava pela minha cabeça naquele momento.
Se eu seguisse o rumo dos meus amigos de infância – parceiros do esconde-esconde, do futebol no asfalto – seria cobrador, motoboy, profissões comuns onde moro. Muito dignas, diga-se. Minha mãe sentiria orgulho de mim da mesma forma. Mas, hoje, sinto um brilho diferente. Minha mãe não pensaria duas vezes em se endividar para bancar um cursinho pré-vestibular para o meu primo. Não pensaria duas vezes em abrir mão de um dinheiro juntado com esforço, há muito tempo, para investir em um novo computador para a minha irmã. Não pensaria duas vezes em apostar em mim se eu dissesse que eu cresceria. Ela acredita agora que podemos crescer. Eu pude. Meu primo pode. Minha irmã pode. Por que não?
Meu primo de sete anos está na segunda série do ensino fundamental na mesma Escola Estadual Barão de Lucena. Hoje, olho para ele – ou ele me olha – e sinto, vejo, noto com toda a sinceridade que ele não precisará de cotas para ingressar no ensino superior. Meu primo vê uma nova realidade em sua volta. O “primo grande” dele está na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O primo dele faz Jornalismo. O primo dele vai ter diploma. Tudo isso, por causa das cotas.
Não é só a minha realidade, portanto. O meu ingresso na faculdade mudou a realidade de no mínimo três pessoas em volta. A medida paliativa, que não é a definitiva, com certeza, através de mim, vai resolver a vida do meu primo, da minha irmã.
Quatro anos após o começo da discussão no Supremo Tribunal Federal, as cotas foram mantidas – com o aumento para 50% de vagas, ainda. Os magistrados não olharam somente para mim. Olharam principalmente para o meu primo e para a minha irmã, lá na frente.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Nosso estranho universo?
Certa vez, Manoel de Barros disse que:
As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul -
Que nem uma criança que você olha de ave.
In: O livro das Ignorãças
http://www.ted.com/talks/lang/pt/richard_dawkins_on_our_queer_universe.html
As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul -
Que nem uma criança que você olha de ave.
In: O livro das Ignorãças
http://www.ted.com/talks/lang/pt/richard_dawkins_on_our_queer_universe.html
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Aulão em tempos de greve: Por uma vida não fascista
O Professor Wanderson Flor estará no Centro Acadêmico de Sociologia (CASo) com a aula provocativa inspirada no texto "Introdução a uma vida não fascista", de Michel Foucault. Aberta a comunidade acadêmica, em tempos de luta!
https://www.facebook.com/events/465866376761709/
https://www.facebook.com/events/465866376761709/
domingo, 20 de maio de 2012
Darwin on Instincts and the Expression of Emotions
SUMMARY
In Chapter VII of the Origin of Species, Darwin proposed thatinstincts were behavioraladaptations that had evolved by natural selection andsexual selection. Darwin provided many examples of instinctive behaviors in animals, and suggested how such behaviors could have evolved. In particular, he proposed that animal social behavior was the result of natural selection acting at the level of “families”, rather than individuals.
In his later book, On the Expression of Emotions in Men and Animals, Darwin elaborated on the idea that behaviors are evolutionary adaptations that have evolved by natural and sexual selection. He explained the roles that emotions play in the biology of animals, and extended those explanations to humans. He argued that emotions are essentially biological processes analogous to other physiological adaptations, and that the methods by which they can be studied are similar to those by which any other inherited trait can be scientifically analyzed.
EVOLUTIONARY PSYCHOLOGY 1.1.5
Near the end of the previous chapter, I mentioned that Darwin proposed in the Origin of Species, that “instincts” were behavioral adaptations that had evolved by natural and sexual selection.
In a chapter in the Origin entitled “Instincts,” Darwin explored this idea in the light of his overall theory of evolution by natural selection. In particular, like many of his contemporaries Darwin was fascinated by the behavior of social insects, especially ants and bees. He pointed out that their highly specialized behavior and mode of reproduction posed a serious problem for his theory, a problem that he needed very much to solve.
Darwin on Instincts
In the chapter on instincts, Darwin was very careful to distinguish between the evolution of intelligence and the evolution of instincts. In the Origin, Darwin did not speculate about the evolution of intelligence at all, but rather confined his discussion to the behavior of non-human animals. However, he did make it clear that he believed that there were strong analogies between some of the instinctive behaviors of non-human animals and similar behaviors in humans.
Darwin initially avoided defining “instincts” directly. Instead, he provided multiple examples of the kinds of behaviors he was referring to when he used the term “instinct.” In other words, he used the kind of functional analysis that I described in the previous chapter. We will see this technique being used over and over again, not only in evolutionary biology as a whole, but especially in evolutionary psychology.
The examples of instincts cited by Darwin in the Origin have the following properties:
1. Instincts are not acquired (i.e. learned) via experience.
2. On the contrary, instincts can be performed by individuals who have never learned how to perform them, nor experienced the same set of stimuli before in their lives.
3. In particular, instinctive behaviors can be elicited from animals that have been raised in isolation since birth (or since hatching, as often the animals being tested were birds).
4. Instincts are stereotyped. That is, they are performed in very much the same way every time, both by the same individual at different times and by most of the members of a given species (i.e. they can be referred to as pan-specific behaviors).
5. Furthermore (and in contrast with many human behaviors), instinctive behaviors do not seem to require judgment or reason on the part of the individuals performing them.
6. By implication, this means that instincts are essentially unconscious; that is, they are not the result of conscious deliberation or intentions.
Darwin also took great pains to distinguish between “instincts” and “habits.” He pointed out that habits are stereotyped behaviors that are acquired during an individual’s lifetime, usually by constant repetition. However, Darwin also believed that some habits could be inherited, especially as the result of use and disuse. In that respect, Darwin clearly believed in the possibility that evolution could proceed by the inheritance of acquired characteristics, a theory proposed a half century earlier by the Frenchman, Jean-Baptiste Lamarck. If he were referring to anatomical or physiological characteristics, we would be safe in rejecting Darwin’s assertion that acquired traits such as habits can be inherited. As August Weismann and others showed, acquired anatomical characteristics (such as missing tails in mice, chopped off by the experimenter) cannot be inherited from parents to offspring.
However, some behaviors are learned from other individuals, and not just from parents to offspring. To the extent that a behavior can be learned or modified during an individual’s lifetime that behavior is essentially an acquired trait that can be passed on (i.e. “inherited”). Some behaviors, in other words, follow the rules of Lamarckian evolution. As we will see, there is evidence that we inherit (via Darwinian mechanisms) the tendency to learn certain behaviors (via Lamarckian mechanisms), and that we learn such behaviors surprisingly easily.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
I Encontros Graduados
PROGRAMAÇÃO
Local: Centro de Pós-Graduação de Sociologia: ICC
BSS-497/57
Abertura: Prof. Ordep
Serra
(UFBA), terça-feira (8), às 17h
Palestra: Racismo,
tolerância e violência: os terreiros sob ataque.
GT 01. Teorias Antropológicas e
Sociológicas
Quarta-Feira (09/05), às 9h
Debatedores: Emerson Rocha (SOL) e Rafael Almeida
(DAN)
Iara Souza Vicente - "Sobre Tragédias e Sobre o Real"
João Vinicius Marques - "O Cotidiano, O corpo, A percepção, As
práticas: Perspectivas teórico-metodológicas em uma pesquisa etnográfica em
Saúde"
Olavo de Souza Pinto Filho - "Os conceitos trocados e as obrigações
de retribui-los: pelo retorno do Hau"
Pedro Martins de Menezes - "O Satanismo Metodológico: é possível
um saber compreensivo deixar de se compreender?"
GT 02. Política e Movimentos Sociais
Quarta-Feira (09/05), às 14h
Debatedorxs: Nanah Sanches Vieira (SOL) e Paique
(DAN)
Amannda de Sales Lima - "O Sistema Prisional Brasileiro e a
Violação dos Direitos Humanos”
Amannda de Sales Lima e Rayanne
de Sales Lima - "A Política Contra
a Violência à Mulher para Além da Defesa da Família - Uma análise da Lei Maria
da Penha e da Lei Anti-Baixaria"
Gustavo Belisário D’Araujo Couto,
Rodrigo Oliveira de Castro Dias e Vinicius Prado Januzzi - "Influências recíprocas entre história, lideranças locais e
eleitorado nas eleições de 2010 na Cidade Estrutural - DF"
GT 03. Educação e Aprendizagem
Quinta-Feira (10/05), às 9h
Debatedorxs: Lauro Stocco (SOL) e Layla Jorge (SOL)
Ana Lívia Rolim Saraiva - "Uma visão sobre técnica e
aprendizagem em um laboratório do Teatro das Oprimidas"
Cecília Santos Vianna e Tamires
Barbosa Rossi Silva - "O PIBID como
possível ferramenta para processo de consolidação de interdisciplinaridade da
disciplina de sociologia no ensino médio: uma análise de ação"
Mariana da Silva Mourão - "Troca de Saberes a partir da
experiência em agroecologia no assentamento colônia I, Goiás"
Roberto Rego Mendes - "Percepções sobre aprendizagem
musical"
Salles Dimitri Melo Oliveira - "Projeto ‘E Eu Com Isso? ’: por um
questionamento dos papeis sociais e uma proposta diferenciada em educação"
GT 04. Percepções do Espaço
Quinta-Feira (10/05), às 14h
Debatedorxs: Herika Chagas (DAN) e Bruno Gontyjo
(SOL)
Henrique Fialho Barbosa - "Geopolítica como percepção particular
do espaço"
Letícia Canonico de Souza - "Condomínio ou “Semdomínio”? Medo e
Insegurança na Paisagem Urbana de São Paulo-SP"
Lucas De Costa Farage Fonseca - "Quem vê o bicho? Um diálogo sobre
pessoas invisíveis e espaços públicos"
Tiago Mendes Rodrigues dos Santos
- "Projeto 'Play': Uma apresentação
do eu nas noites da 904 Sul"
GT 05. Gênero: produções clássicas e
contemporâneas
Sexta-Feira (11/05), às 9h
Debatedoras: Ludmila Gaudad (SOL) e Mariana Cintra
(DAN)
Laura Luedy – “Trabalho domesticado: estudo do impacto do
Programa Bolsa Família sobre a divisão sexual do trabalho”
Matheus
Gonçalves França – “’Pro meu corpo ficar
odara’: mapeando políticas públicas para transexuais em Goiás”
GT 06. Religiosidades
Sexta-Feira (11/05), às 14h
Debatedora: Mayra Resende (SOL)
Emmanuel Felipe de Andrade
Gameleira - "Cristãos homossexuais?
Notas para uma reflexão sobre a Comunidade Cristã Nova Esperança, em
Natal/RN"
Fabiana Santos Rodrigues de Oliveira - "Danças Circulares - Subjetividade,
Integração, Política e Religiosidade”
Olavo de Souza Pinto Filho - "África como destino”
GT 07. Teoria Social e Arte
Quarta-Feira (09/05), às 17h
Debatedor: Caio Csermak (DAN)
Felipe Medeiros Pereira - "Do
humans dream of electric sheep?"
Maurício Piatti Lages - "Pintando o real: reflexões acerca do
olhar moderno"
Rafaela Dantas de Souza Macedo - "Do movimento, da dança à técnica: criação, ensaios, espetáculo e outros momentos no ritual
da dança"
Túlio Lourenço do Amaral - "Rito, jogo e arte: fronteiras e
pertinências"
GT 08. Mostra Audiovisual
Quinta-Feira (10/05), às 17h
Debatedor: Tiago de Aragão (GRAVE)
Fausto Augusto Cândido
Bezerra Junior - "Fausto:
Significando o real sob a edge do imaginário coletivo"
Fernanda Silva do Nascimento - "Integra(ação): testemunho da minha
existência e as ciências visível pra você?"
Lucas De Costa Farage Fonseca - "Passeando por entre Tambores e
Pântangomios"
Encerramento: Prof. José
de Souza Martins (USP), sexta-feira (11), às 17h
Palestra: A síndrome de Alice nas
nossas ciências sociais: do diálogo ao monólogo
Marcadores:
Programção Primeiro Encontros Graduados
sexta-feira, 27 de abril de 2012
What happens when you put good people in an evil place?
Does humanity win over evil, or does evil triumph?
A Experiência da Prisão de Stanford:
http://www.prisonexp.org/portugues/1
http://www.prisonexp.org/portugues/1
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