sexta-feira, 4 de maio de 2012
I Encontros Graduados
PROGRAMAÇÃO
Local: Centro de Pós-Graduação de Sociologia: ICC
BSS-497/57
Abertura: Prof. Ordep
Serra
(UFBA), terça-feira (8), às 17h
Palestra: Racismo,
tolerância e violência: os terreiros sob ataque.
GT 01. Teorias Antropológicas e
Sociológicas
Quarta-Feira (09/05), às 9h
Debatedores: Emerson Rocha (SOL) e Rafael Almeida
(DAN)
Iara Souza Vicente - "Sobre Tragédias e Sobre o Real"
João Vinicius Marques - "O Cotidiano, O corpo, A percepção, As
práticas: Perspectivas teórico-metodológicas em uma pesquisa etnográfica em
Saúde"
Olavo de Souza Pinto Filho - "Os conceitos trocados e as obrigações
de retribui-los: pelo retorno do Hau"
Pedro Martins de Menezes - "O Satanismo Metodológico: é possível
um saber compreensivo deixar de se compreender?"
GT 02. Política e Movimentos Sociais
Quarta-Feira (09/05), às 14h
Debatedorxs: Nanah Sanches Vieira (SOL) e Paique
(DAN)
Amannda de Sales Lima - "O Sistema Prisional Brasileiro e a
Violação dos Direitos Humanos”
Amannda de Sales Lima e Rayanne
de Sales Lima - "A Política Contra
a Violência à Mulher para Além da Defesa da Família - Uma análise da Lei Maria
da Penha e da Lei Anti-Baixaria"
Gustavo Belisário D’Araujo Couto,
Rodrigo Oliveira de Castro Dias e Vinicius Prado Januzzi - "Influências recíprocas entre história, lideranças locais e
eleitorado nas eleições de 2010 na Cidade Estrutural - DF"
GT 03. Educação e Aprendizagem
Quinta-Feira (10/05), às 9h
Debatedorxs: Lauro Stocco (SOL) e Layla Jorge (SOL)
Ana Lívia Rolim Saraiva - "Uma visão sobre técnica e
aprendizagem em um laboratório do Teatro das Oprimidas"
Cecília Santos Vianna e Tamires
Barbosa Rossi Silva - "O PIBID como
possível ferramenta para processo de consolidação de interdisciplinaridade da
disciplina de sociologia no ensino médio: uma análise de ação"
Mariana da Silva Mourão - "Troca de Saberes a partir da
experiência em agroecologia no assentamento colônia I, Goiás"
Roberto Rego Mendes - "Percepções sobre aprendizagem
musical"
Salles Dimitri Melo Oliveira - "Projeto ‘E Eu Com Isso? ’: por um
questionamento dos papeis sociais e uma proposta diferenciada em educação"
GT 04. Percepções do Espaço
Quinta-Feira (10/05), às 14h
Debatedorxs: Herika Chagas (DAN) e Bruno Gontyjo
(SOL)
Henrique Fialho Barbosa - "Geopolítica como percepção particular
do espaço"
Letícia Canonico de Souza - "Condomínio ou “Semdomínio”? Medo e
Insegurança na Paisagem Urbana de São Paulo-SP"
Lucas De Costa Farage Fonseca - "Quem vê o bicho? Um diálogo sobre
pessoas invisíveis e espaços públicos"
Tiago Mendes Rodrigues dos Santos
- "Projeto 'Play': Uma apresentação
do eu nas noites da 904 Sul"
GT 05. Gênero: produções clássicas e
contemporâneas
Sexta-Feira (11/05), às 9h
Debatedoras: Ludmila Gaudad (SOL) e Mariana Cintra
(DAN)
Laura Luedy – “Trabalho domesticado: estudo do impacto do
Programa Bolsa Família sobre a divisão sexual do trabalho”
Matheus
Gonçalves França – “’Pro meu corpo ficar
odara’: mapeando políticas públicas para transexuais em Goiás”
GT 06. Religiosidades
Sexta-Feira (11/05), às 14h
Debatedora: Mayra Resende (SOL)
Emmanuel Felipe de Andrade
Gameleira - "Cristãos homossexuais?
Notas para uma reflexão sobre a Comunidade Cristã Nova Esperança, em
Natal/RN"
Fabiana Santos Rodrigues de Oliveira - "Danças Circulares - Subjetividade,
Integração, Política e Religiosidade”
Olavo de Souza Pinto Filho - "África como destino”
GT 07. Teoria Social e Arte
Quarta-Feira (09/05), às 17h
Debatedor: Caio Csermak (DAN)
Felipe Medeiros Pereira - "Do
humans dream of electric sheep?"
Maurício Piatti Lages - "Pintando o real: reflexões acerca do
olhar moderno"
Rafaela Dantas de Souza Macedo - "Do movimento, da dança à técnica: criação, ensaios, espetáculo e outros momentos no ritual
da dança"
Túlio Lourenço do Amaral - "Rito, jogo e arte: fronteiras e
pertinências"
GT 08. Mostra Audiovisual
Quinta-Feira (10/05), às 17h
Debatedor: Tiago de Aragão (GRAVE)
Fausto Augusto Cândido
Bezerra Junior - "Fausto:
Significando o real sob a edge do imaginário coletivo"
Fernanda Silva do Nascimento - "Integra(ação): testemunho da minha
existência e as ciências visível pra você?"
Lucas De Costa Farage Fonseca - "Passeando por entre Tambores e
Pântangomios"
Encerramento: Prof. José
de Souza Martins (USP), sexta-feira (11), às 17h
Palestra: A síndrome de Alice nas
nossas ciências sociais: do diálogo ao monólogo
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Programção Primeiro Encontros Graduados
sexta-feira, 27 de abril de 2012
What happens when you put good people in an evil place?
Does humanity win over evil, or does evil triumph?
A Experiência da Prisão de Stanford:
http://www.prisonexp.org/portugues/1
http://www.prisonexp.org/portugues/1
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Haraway
A transformação tanto dos atributos de extensão
quanto dos atributos espirituais do que nos acostumamos a chamar de humano pela
interação com o que nos acostumamos a chamar de “não-humano”, seja este
“não-humano” de ordem orgânica (animais) ou não-orgânica (máquinas), põe em
cheque nossa noção comum de subjetividade, isto é, nossa noção comum de fonte
de intencionalidade ou, em uma palavra, de humanidade.
Com o ciborgue, que é resultado, nos termos de
Haraway, da “humanização da máquina” e da “maquinização do humano” – eu prefiro
dizer, por julgá-lo mais exato, da organificação do inorgânico e da
inorganificação do orgânico -, nossas regiões ontológicas tradicionais se
confundem. É que a autoria transcendente, que antes parecíamos reputar apenas a
certas entidades possíveis, agora é faculdade de todas as entidades possíveis.
A singularidade e a exclusividade do humano se
dissolve – tudo pode ser humano e tudo pode não ser. Tudo pode ser vetor e
fonte de intenção ou não ser. Isso nos força a deixar de pensar sujeitos como
mônadas fixas e, para aproveitar nosso contato recente com a ontologia
deleuziana, mais como resultado de
fluxos e intensidades espirituais e materiais (reais). O humano não é mais uma
entidade segura – aliás, não existe mais entidade segura. O humano se revela
agora como sendo não um ser (being),
mas como um devir (becoming).
Podemos ilustrar esse movimento partindo de uma
imagem retirada das Ideen II de
Husserl com que me deparei enquanto fazia minhas leituras livres sobre
pós-humanismo para a intervenção de hoje. Para Husserl, (1) coisas fazem parte
do mundo material por estarem causalmente relacionadas com outras num contexto
temporal e espacial; (2) o espírito faz pertence ao mundo humano por ser dotado
de significado e intenção e (3) o corpo realiza a transição entre essas duas
regiões ontológicas por ser tanto objeto material quanto órgão da intenção, isto
é, por ser tanto capaz de tocar quanto passível de ser tocado. Em Haraway, o ciborgue
revela que tudo é corpo – ou, pelo menos, que tudo pode ser corpo.
Isso tudo parece muito bonito e profundo, mas
não posso deixar de levantar duas questões à autora. A primeira das quais eu
temo dizer que seja a mais educada delas. Ela diz respeito a algo que ela disse
em sua entrevista “Se nós nunca fomos humanos”. Ali, a autora negou que o
houvesse ciborgue desde a origem da humanidade. O ciborgue é produto, ela
diz, de um processo iniciado no fim da
segunda Guerra Mundial ou, na melhor das hipóteses, a partir do fim do séc.
XIX. Qualquer tentativa de o reportar às origens da humanidade seria um erro.
Mas como? Não imbricamos nossos corpos com os corpos de seres orgânicos e
inorgânicos desde de sempre (ou desde há tanto tempo que sequer é possível
datá-lo)? O que dizer da existência conjugada do cavalo e de seu cavaleiro, do
objeto cortante e de seu manuseador costumeiro, novidades do capitalismo
tardio? Esses encontros não agem consideravelmente sobre os esquemas de ação,
sobre as formas de agir, sentir e pensar dos atores envolvidos? A habilidade da
escrita não age sobre a memória, sobre o pensamento e sobre a expressão de quem
a porte? Talvez seja verdade que essa conexão seja mais intensa
contemporaneamente, mas ela me parece ser puramente uma questão de grau que não
nos permite recusar o nome de ciborgue aos ciborgues menos radicais de outros
tempos.
A segunda questão diz respeito à em que medida a
tese da co-produção dos entes físicos e não-físicos e orgânicos e não-orgânicos
é uma grande novidade. A obsessão de clássicos da cultura humanista como
Montesquieu com, por exemplo, os efeitos do relevo sobre o indivíduo e a
sociedade não é um eco disso? E, mais radicalmente até, as esconjuradas
hipóteses de Lamark sobre em que medida a
atividade de cada homem se inscreveria em seu genoma não revelam uma mesma
sensibilidade? Eu acho que a tese da agência das coisas é mais velha do que
queremos admitir. It’s old wine in new
bottles.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
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